Ataques virtuais: o aumento do sequestro de dados e os desafios dos sistemas de proteção
07 fev 2022Co-criação: Geraldo Vasconcelos – Especialista Trust Control
Investir em sistemas de proteção e evitar ataques virtuais não deveria ser um desafio grande para as empresas. Isso porque investir em segurança da informação nunca foi tão primordial nos tempos em que os crimes digitais e sequestros de dados aumentaram consideravelmente.
Conforme a International Data Corporation (IDC), mais de um terço das empresas sofreram algum tipo de golpe de extorsão de informações. Todavia, apenas 13% desse quantitativo alegou não ter pago o resgate solicitado pelos criminosos digitais.
Já ouviu falar no ditado “é melhor prevenir do que remediar?”. Pois bem. Essa linha de pensamento cai como uma luva em relação a crimes de sequestro de dados. Para entender melhor como a frase de referência se encaixa com a prática, vamos nos aprofundar um pouco mais em relação ao termo sequestros de dados e o seu aumento, bem como ele pode afetar negativamente sua empresa em diferentes frentes.
O aumento dos sequestros de dados e como isso afeta negativamente as empresas?
Com um mundo cada vez mais conectado, onde as facilidades nos encontram a cada momento, as práticas ilícitas digitais também cresceram exponencialmente. Um exemplo disso é o sequestro de dados. Segundo um levantamento realizado pela Avast, em 2021 houve um crescimento global de 38% da prática criminosa em relação ao ano anterior. No Brasil, entretanto, os números foram bem mais altos. Estima-se que os golpes no território brasileiro saltaram para 92 %.
De acordo com o Consultor de Soluções da Trust Control, Geraldo Vasconcelos, “o resultado da prática pode ser catastrófico para as empresas”.
O especialista explica que, na infração de sequestro de dados, o responsável não está atrás de roubar informações ou corrompê-las. Ao invés disso, a violação consiste em bloquear determinado volume de dados com o intuito de pedir um resgate pelas informações obtidas à sua empresa.
Normalmente, esses pagamentos são realizados por meio de Bitcoins, um tipo de criptomoeda digital para transações de ponto a ponto. Por se tratar de uma forma monetária de difícil rastreamento, a punição se torna quase impossível.
Dessa forma, o ditado citado anteriormente (É melhor prevenir do que remediar) se torna o ponto chave dessa discussão. Desse modo, empresas precisam investir cada vez mais em estratégias de cibersegurança para evitarem serem vítimas de tais ações.
Quais os tipos de ataque virtuais usados
O ataque mais comum nesses tipos de situações é o ransomware, que é um tipo malware que tende a entrar em dispositivos com o intuito de se alimentar do posto em questão. Para que isso seja possível, é necessário que um arquivo seja disponibilizado em um tipo de hosting para que a vítima possa baixar. Entre os meios mais usados estão:
- Phishing: são e-mails que contém um anexo ou um link malicioso para um site infectado;
- Malvertising: nesse caso, são usados os meios publicitários on-line em sites para espalhar o malware;
- Scareware: método que aparece em forma de avisos e/ou de pop-ups no dispositivo. O objetivo do malware é induzir as vítimas a baixarem um software para solucionar possíveis vírus em sua máquina.
Além disso, também listamos outras ferramentas para que os sequestros de dados sejam possíveis. Confira abaixo:
Keyloggers
Por meio de programas de monitoramento, o hacker pode observar tudo que é digitado no teclado do dispositivo comprometido. Assim, após descobrir suas senhas, o infrator digital pode alterá-las e exigir um pagamento para o resgate.
Spywares
Com ferramentas de spyware, o cibercriminoso pode monitorar as atividades da máquina corrompida com o intuito de estudar o comportamento dos usuários. Nesse sentido, ele pode identificar todos os programas usados ali e traçar um plano de invasão.
Corrempedores de arquivos
Já nesse método, o transgressor usa vírus que destroem arquivos ou comprometem o uso da tecnologia afetada, impedindo o acesso. Eventualmente, após a contaminação, ele pode usar entrar em contato para solicitar um resgate.
A seguir, falaremos quais os desafios dos sistemas de proteção em relação a esses ataques virtuais.
Ataques virtuais: os desafios dos sistemas de proteção
Como os crimes cibernéticos ocorrem por meio de vários bots (robôs) fica realmente difícil de rastrear de onde ele veio. Como resultado, se tem uma maior dificuldade de investigar, julgar e condenar os responsáveis por essas ações.
Nas empresas, é necessário alertar melhor os funcionários para evitar clicar em links suspeitos e cair em golpes como esses. Nessa linha de raciocínio, o modo mais eficaz de evitar ataques virtuais e sequestros virtuais é realmente procurar o fortalecimento da cibersegurança da sua empresa.
No entanto, Geraldo Vasconcelos, Consultor de Soluções da Trust Control, aponta que os desafios são maiores por parte das empresas, que não possuem uma equipe que possa lidar com esses casos. “Uma tendência de mercado é trabalhar com empresas especializadas entregando essas soluções e treinamentos como serviço”, complementa o pensamento.
Para aprender como realizar isso, continue a leitura até o final.
Como sua empresa pode se proteger de ataques virtuais
Como você já viu, existem várias maneiras de sequestrar dados e como essa prática pode refletir negativamente na sua empresa. Para proteger melhor a segurança da informação do seu patrimônio, várias medidas podem ser tomadas a fim de remediar os ataques.
Para exemplificar como essa proteção deve ser trabalhada, Geraldo Vasconcelos fala que a empresa deve trabalhar com vários tipos de soluções. “Para ter uma proteção efetiva contra ataques virtuais, é necessário que a empresa tenha uma proteção baseada em diferentes camadas, no qual cada solução irá desempenhar a proteção em um local diferente”, comenta.
O especialista da Trust ainda vai mais a fundo em relação em como esse processo deve ser feito. “Na borda da empresa, deve haver uma solução de firewall de nova geração para análise de todo o tráfego de entrada e saída. Já para a proteção na estação de trabalho é necessário um Endpoint, soluções de antispam para filtrar as mensagens maliciosas e ataques de phishing e a utilização de um SOC (Security Operation Center), que irá realizar a correção dos Logs de segurança e ajudar a identificar se algumas das soluções do processo falharam”, argumenta.
Além disso, você pode verificar as dicas que separamos para proteger melhor sua empresa. Confira abaixo:
Trabalhe com backups no caso de ataques virtuais
Para manter a integridade e segurança dos dados da sua empresa, o ideal é realizar sempre backups. Desse modo, tenha sempre uma cópia de suas informações de forma física, mas também na nuvem.
A medida evitará não apenas que seus arquivos sejam comprometidos, mas que você não seja alvo de chantagens em caso de ataques. Além disso, é importante verificar a criptografia nos backups.
Mantenha antivírus e firewall atualizados
Para que ameaças como essas não aconteçam, é sempre bom ter um bom antivírus e deixar seus firewalls atualizados. Com isso, não haverá brechas para vulnerabilidades em programas e sistemas, evitando o sequestro de dados.
Não faça downloads de e-mails suspeitos
Como você já sabe, um dos meios mais comuns desses ataques começarem é por meio de phishing enviados por e-mail. Por isso, evite abrir ou realizar downloads de conteúdos considerados suspeitos para evitar a instalação de malwares.
Além dessas dicas essenciais, também destacamos essas:
- Detenha as tentativas de propagação dos operadores de ransomware;
- Configure iscas para os hackers, desta forma, os atacantes podem ser identificados;
- Acompanhe e analise pontos críticos identificados nos relatórios dos sistemas que impedem os movimentos não autorizados por sua política de segurança;
- Implemente o controle de acesso baseado em perfis vinculados a necessidades de negócio;
- Treine e eduque todas as pessoas da sua empresa sobre como identificar e evitar esses tipos de malware.
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